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Archive for abril \22\+00:00 2012

Nem mesmo Nostradamus preveria tal situação: o manda-chuva do futebol brasileiro, presidente da CBF e do COL – Comitê Organizador Local da Copa -, que ocupava há 23 anos o cargo máximo, caiu. Renunciou. Depois de dois Mundiais conquistados – 1994 e 2002 – entre outros títulos -, perdeu para a opinião pública e para a política da presidente Dilma Roussef.

Por motivos de saúde alegados em nota oficial, Ricardo Teixeira fez a felicidade dos críticos, e da Rede londrina da tevê BBC, que preparou um documentário para revelar o sistema de compras de votos para a eleição das sedes de Copa do Mundo e da falência da empresa ISL*, ao renunciar e findar uma dinastia tão categorizada como adversa aos interesses do futebol brasileiro.

O ex-presidente cebeefiano se imaginava onipotente e que seria exaltado por tal proeza. A soberba é um dos pecados mais comuns, difícil de se notar em meio de tanto poder. E o nível alcançado pelo parasitismo, que o caracterizou, foi contra-golpeado pelo povo. Nos últimos jogos da Seleção, e por diversas manifestações populares que pediam dignidade no comando do principal esporte nacional, Ricardo Teixeira padeceu e sucumbiu. Reflexo nos novos tempos, da mobilização social e digital. Tantos foram os votos contra pelo Twitter do baixinho Romário, seu herói de 94, que tomar partido foi fácil. É parcial meu voto por renovação.

Se o interesse é pelo bem do futebol, e é, que não volte. Enfim, um câncer extirpado. Até mesmo seu ‘aprendiz’ a substituto, Andrés Sanchez( ex-presidente do Corinthians, responsável pela nova guinada do clube, e gestão no futebol brasileiro, e por ser famoso em sua postura entre populista e falastrona, é favorável  a uma troca de comando em sistema democrático, como uma vez disse a mim em entrevista.

A um ano e meio de realizar a Copa, o fato da saída de Ricardo Teixeira não é para gerar temor. Pelo contrário, é sinal que o compromisso com a responsabilidade culminou em um bem maior para o país, e não para o comodismo e bolsos alheios.

O mais velho vice-presidente assumiu, José Maria Marin, no auge dos seus 80 anos, e tem a chance de colocar a cereja e saborear a bola, ou melhor, o bolo se tiver boa vontade. A entrada de Ronaldo no COL alivia, mas longe de ser a solução.

O ex-presidente cebeefiano

O ex-presidente cebeefiano

* – Em maio do ano passado, a rede britânica BBC, em reportagem do jornalista Andrew Jennings, trouxe a informação de que o ex-presidente da Fifa João Havelange e Teixeira receberam US$ 9,5 milhões em propinas da ISL para garantir contratos de exclusividade em transmissões e patrocínios da Copa do Mundo.

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Santástico centenário (crônica)

A poucos minutos do Centenário do Peixe, escrevo este texto em caráter imparcial, porque o futebol arte brasileiro foi consagrado e propagado desse clube fundado em 14 de abril de 1912, da Vila Belmiro (de 28), na Baixada. Corintiano confesso e exaltado como sou, tenho de reconhecer a parte mais emblemática do que gostamos de ver e apreciar da noção clara ensinada, nos botecos e salas de aulas, sobre a magia que encantou o mundo inteiro contra os grandes Real Madrid-ESP, Internazionale-ITA, Benfica-POR, Peñarol-URG, entre outros (tá gravado, a web permite).

Ter o Barça como referência da geração atual (o que está se construindo com maestria por Messi & Cia.), o Santos foi o mais incrível futebol jogado em pleno significante e significado do esporte bretão. Fez Bob Kennedy (senador dos EUA) aplaudir de pé Pelé, a Rainha Elizabeth tirar uma foto com o Rei, o ‘Atleta do Século’ passado, no Maracanã. Aliás, o Estádio Mario Filho recebeu partidas memoráveis do Peixe, como a final da Libertadores de 63, contra o Boca Juniors.

Sem falar em parar uma guerra (em 69, no Congo), vencer o próprio Barcelona por 5 a 1, em 59, o início dos Meninos da Vila de 78 na Era pós, depois com as pedaladas de Robinho, e o resgate de genialidade em conjunto, mais pelo Joia do que pelo novo camisa 10, Ganso, como peça principal da engrenagem santástica. É a arte do futebol no mais puro desejo de atuar do brasileiro, repito.

E os placares elásticos das vastas goleadas ou do tipo 7 a 6 contra o Palmeiras de Ademir, em 58, até o 4 a 3, recente, contra o Flamengo de Ronaldinho Gaúcho, retratam o espetáculo do entretenimento como exemplo de clássico e moderno, que hoje imprime o futebol catalão. Das defesas de Gilmar e dos dribles, chutes e gols de Pagão (ídolo do Rei), Mengálvio, Zito, Pepe, Coutinho,  Clodoaldo, etc, o Santos é a síntese viva de tudo. Afinal, como canta o hino, ‘nascer, viver e no Santos morrer é um orgulho que nem todos podem ter…’.

Gosto do Santos. Sempre me trouxe muitas alegrias. Na década de 90, foi o time ‘faz me rir’ da época ( até 2002 ficou 18 anos sem  conquistar um título de respeito), em alusão aos anos do Timão na fila (23), embora tenha ficado 11 sem bater o Alvinegro Praiano do Rei (ainda bem que não o vi). No confronto de dezembro último, pelo Mundial Interclubes, com o Barça, torci pelo Peixe. Torci pela escola brasileira. E os ‘ensinamentos’ do Barcelona, de La Masia, que tantos falam com o se fossem algo raro, é a marca registrada da equipe praieira. Naquela partida, o ‘Azulgrana‘ foi muito melhor. Fato consumado, assim como a história do Santos. Parabéns ao mais internacional time do Brasil (que outros tantos se inspiraram como nome varonil).

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