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Branded Content – Eurofarma

Para a edição de outubro/ 2019 da Revista American Scientific Brasil, fui responsável pela edição do material de Branded Content da Eurofarma, transmitindo as mensagens de inovação, Pesquisa & Desenvolvimento e as áreas de atuação da farmacêuntica brasileira.

Clique aqui e acesse o material na íntegra.

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Produção de atigo de opinião publicado no site da revista Época Negócios, em junho de 2019, sobre o potencial das healthtechs para o mercado brasileiro. Trabalho realizado como Ghost-writer.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui!

 

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Atendimento exclusivo do cliente Eurofarma, uma das empresas farmacêuticas mais importantes no Brasil (multinacional, 100% de capital fechado e brasileiro), desde março de 2019 pela agência G&A – Relações Públicas. Conquistas siginificativas alcançadas como Folha de S. Paulo e Projeto DRAFT (sobre o programa de aceleração Eurofarma Synapsis e o mercado de healthtechs), matéria exclusiva no Valor Econômico (acordo com a UFRJ), menção significativa em matéria especial sobre inovação na Revista VEJA, entre outras.

 

Produção de conteúdo (textos/ posts, vídeos e artes) para a Intranet do Banco Citi Brasil (ex-Citibank) como profissional contratado das agência G&A Relações Públicas e The Jeffey Group Brasil, alocado dentro do banco. Responsável pela produção, revisão e edição final da newsletter quinzenal Citi News, além do envio de conteúdos selcionados para a regional Latam do banco.

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App Game do Timão

Planejamento e execução do app Game do Timão, oficial do S. C. Corinthians Paulista, o primeiro app oficial na linha de gamificação de um clube de futebol no Brasil. Download grátis nas lojas Google Play Store (Android) e Apple Store (iOS). Mais detalhes no site www.gamedotimao.com.br.

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app Almanaque do Timão

Execução de projeto do aplicativo Almanaque do Timão (para sistemas Android e iOS), em conjunto com o historiador e jornalista Celso Unzelte, e produto oficial do S.C. Corinthians Paulista. Este é o primeiro app do gênero de um clube de futebol no Brasil e no mundo. Mais detalhes no site www.alamanaquedotimao.com.br.

Cruzamento de dados de mais de 5.600 confrontos, 1.300 jogadores e 110 técnicos.

Home do app

Home do app

Desde o final de fevereiro de 2014, escrevo textos diversos (crônicas, entrevistas, informações exclusivas, reportagens especiais) sobre o universo dos esportes no novo portal da Editora Abril, o Brasil Post. Fui convidado pelo editor-chefe do veículo, Otávio Dias, a contribuir semanalmente. Vai lá conferir!

Leia o primeiro post:

Exemplo de Sochi serve ao Brasil

Para ler mais, clique aqui!

Imagem do espaço no Brasil Post

Imagem do espaço no Brasil Post

Minha liberdade custou cinquenta dólares e tinha uma hora cravada para curtir o Soho. Depois de quase uma semana de andanças pela Big Apple, as necessidades femininas chamaram Marina de lado para um retiro estético urgente, onde ela pudesse refazer as unhas e dar um trato no cabelo num desses cabeleireiros pequenos ao lado de nosso hotel, em Little Italy. Era a minha chance de poder olhar as tendências da moda que recaem sobre o corpo das nova-iorquinas sem levar o troco em beliscões da amada-patroa.

Sem rumo e nem direção, a motivação era explorar o comércio começando pela Spring, no baixo-Manhattan, e traçar um circuito aleatório que varresse a região, descobrindo o que poderia atrair em um homem vagando sozinho e a partir de suas mazelas ou disposições. Me sentia um Daniel Boone, o primeiro herói do oeste dos Estados Unidos, que se aventurou por florestas repletas de indígenas no século XVIII, e que eu tanto assisti no seriado da tevê no século passado. Só me faltava usar aquele chapéu de pele de raposa. Ainda bem que não o encontrei em uma loja típica de adereços faroestianos.

Ao dobrar a esquerda na Elizabeth Street avistei um pirulito no pé direito de uma loja de parede com tijolos vermelhos. Aquele sinal me remeteu aos filmes dos anos 90 que ilustravam a rotina do Bronx, em que cada esquina tinha uma barbearia para as conversas reservadas masculinas, além dos penteados espalhafatosos que deram o que falar. Passei a mão em minha barba de três dias e decidi ir até lá. Fiquei paralisado em frente à vitrine da New York Shaving Company admirando os modelos de pincéis e navalhas em cabos de marfim, aço inox e de detalhes coloridos, quando o homem do caixa saiu detrás do balcão e foi à porta me convidar para conhecer a loja. John, o proprietário da Barbershop, de mosaico no chão, prateleiras em madeira com aspecto vintage e com apenas uma cadeira nos fundos, foi me mostrando os aromas dos cremes e de óleos para um barbear perfeito. Aquilo me fascinou. Perguntei quais as diferenças do traditional shave para o ultimate e optei pelo comum já que não tinha tempo suficiente para um relax a base da máscara cicatrizante. Por sorte, ele checou a agenda do dia e o horário estava vago. Gritou pelo nome de Eli e pediu para eu sentar na cadeira. A experiência começara.

John colocou no som ambiente uma música eletrônica suave. Não sou apreciador do gênero, mas acho que era uma house bem tranquila. Eli inclinou a cadeira para trás e prendeu um avental de pano xadrez vermelho sobre minha roupa. Tirou de um aquecedor térmico uma toalhinha quentíssima e a colocou em meu rosto, deixando as narinas para fora. O calor amolece a pele e abre os poros, ele explicou. Depois de alguns minutos, retirou-a. Despejou um óleo em suas mãos, esfregando-as para passar em toda a minha face. A pele ficou meio sebosa mas apta para suavizar o corte. O ritual seguinte foi de preparação do creme. Pegou uma cumbuca pequena e me sugeriu um especial de lavanda. Concordei. Ele bateu o creme com o pincel e um pouco de água para ganhar uma consistência mais avolumada. Então, repassou o creme da costeleta ao final de minha garganta e, com o dedo, acertou a parte do bigode. Desembrulhou uma nova lâmina descartável de uma marca desconhecida chamada Razor Fish e a ajeitou na navalha. Pronto. Eli demonstrou toda a sua técnica delicada. De olhos fechados, só escutava o deslizar da navalha em meu rosto. Eli não repetia o movimento no mesmo ponto. De prima, ele limpou a minha cara. Disse que é preciso respeitar o pelo. Nunca vá de em contra e veja antes se os pelos do pescoço vão para o mesmo sentido, completou. Em seguida, lavou a toalhinha debaixo de água fria e a reposicionou no rosto. De novo, com a ponta do nariz livre. É para fechar os poros, rebateu. A aspereza de minha pele foi para o espaço. Estava inteiramente lisa e cheirosa. Eli passou um creme hidratante sem perfume e, quando a pele estava seca, jogou talco em toda a parte do pescoço.

Me levantei da cadeira maravilhado com todo o processo. Foi um sonho realizado, falei para John. A sensação deixada me contagiou. A empolgação foi tanta que acabei gastando mais trezentos dólares na fantasia de repetir o sucesso na pia de casa. Ademais, dei uma gorjeta gorda a Eli, de vinte bucks, o que gerou espanto em John. Ele me ofereceu uma dose de whisky Jack Daniel’s antes de partir, prontamente aceita. Ficamos os três papeando sobre a reviravolta das barbearias, que retomaram ao cotidiano depois do ostracismo. Quem sabe levava a ideia também para cosmopolita Sampa.

John me ofereceu uma segunda dose, me fazendo esticar o braço para pegar o copo e me lembrar da hora no relógio. Já se passaram quase duas. Meu deus, a Marina vai me matar. Meio altinho, me despedi de John e Eli, e corri para o hotel. Mas onde você estava? Liguei para o teu celular que só cai na caixa postal, alfinetou Marina. Pois é, o celular está aqui no quarto, amor. Deixei para recarregar. Onde você se meteu e que cheiro é esse? Má, fui fazer a barba. Preciso te contar. Olha só o que comprei. Tudo bem, amor. Marina se aproximou e acariciou a mão em meu rosto. Nossa, está um delícia, perfumada de lavanda. Mas o que você precisa mesmo é de um banho. E a barba? A água vai tirar o creme, contestei. Amorzinho, tá de pele macia mas fedidinho. Vai pra debaixo da água, vai.

Me sinto um pouco desconfortável, uma posição a 30 graus que não é nem deitado, nem sentado. Embora com a cabeça apoiada em um pequeno travesseiro macio, a cadeira é dura, estreita. Preciso me equilibrar para não cair feito bobo no chão. No monitor em HD, imagens em dezessete polegadas de uma Paris pigmentada, tipo analógica dos anos 90, e linda como sempre. Ah, a Place de la Concorde, as lojas na Rue de Rivoli e os ateliês de arte em Saint Germain me transportam até o Café de la Paix, em frente à Ópera Garmier, onde se pode observar a vida passar sem qualquer ressentimento ou ansiedade. À margem do Rio Sena, fico maluco com a beleza da catedral de Notre Dame e sua arquitetura gótica em detalhes. Boquiaberto estático, chego a babar na camisa sem sacar a poça que se forma bem abaixo do colarinho.

 

Emito suspiros atrás de suspiros, às vezes intercalando com um sopro de murmúrio. “Como está difícil assim, que moleza!”, digo. Meus pensamentos deixam de seguir uma linearidade sobre o dia a dia, da correria do jornal ao diagramar 32 páginas diferentes, editar fotos, colocar o texto na fôrma, dar um título para a matéria, sua linha fina e chapéu, e descê-las para a gráfica como diz o jargão. Mais um surto rápido para o horário de fechamento. Nada muito claro. Aliás, as ideias não ligam depois de mísera criatividade gasta em criar um personagem-fake no Facebook. Até parece que fora uma novidade espetacular para ser louvada e a conquistar leões de ouro em Cannes. Patético só de imaginar os agradecimentos sinceros a toda a equipe.

Engraçado que, ao fundo, o som predominante não é de uma música de Edith Piaf, um clássico francês como Non, je ne regrette, por exemplo. A obra na casa ao lado perturba demais o ambiente. Dá pra sentir a força da marreta trucidando os entulhos, da britadeira despedaçando o piso na minha cabeça. E como dói o estouro abafado pelo líquido cefalorraquidiano.

 

Mas tudo bem, estou zem. Sem abalos sísmicos que pudessem me varrer deste planeta. É uma sensação de picada de mosquito, antipirética, analgésica a base de ibupro…alguma coisa. “É um Alivium”, alguém sussurra ao pé do meu ouvido esquerdo. Ao menos, foi isso que achei ter compreendido. Mas deve ter outra coisa, certeza. Isso porque parece que estou nas nuvens, flutuando. Continuo sonhando? Sei lá, Paris já não se faz tão presente e o barulho da reconstrução das paredes cresce em minha mente. Posso afirmar, porém, que meio adormecido sigo quando escuto o ruído do ronco saltar de minha boca e vejo a poça na camisa aumentar, agora mais puxada para o vermelho.

 

Vermelho?! Sangue?! Meus deus, onde fui parar? No inferno? Meu tronco, meus braços, pernas não os mexo. Será a Divina Comédia invertida? Fui catapultado do paraíso direto para o purgatório. E não há poema que consiga expressar tal dor latejante e este zumbido ensurdecedor. Devo merecer, só pode ser. Peraí, já vi essa cena. Que Déjà vi! É um pesadelo, uma tortura. Há anos, mais precisamente 20, que se repete. E agora? Que paladar estranho, um gosto amargo na língua. “Dá-lhe amoxilina”, outro diz, desta vez, pelo flanco direito. Ainda falta fechar, selar definitivamente. Um, dois, três…dez pontos.  Perdi a conta. Estou entupido e com frio. Sim, o fim está próximo. Posso tocar. Fica o alento de ter terminado o sofrimento. Já era, não mais. Será? “Fica tranquilo, vai passar. Semana que vem te vejo”, marca a mais voraz fala que vem de cima.