A vontade de seguir adiante
Faleceu, no primeiro dia de setembro de 2009, no Rio de Janeiro, Paulo Pascowitch. Aos 86 anos, Paulo deixa esposa, quatro filhos e dez netos que o adoravam como exemplo de vitalidade, de uma pessoa sempre positiva. Filho de Dora e José, era gaúcho da tradição churrasqueira de Rio Grande, cidade de colônia judaica, mas tinha coração paulista e estilo de vida carioca. Se viu órfão de pai ainda aos dez anos de idade, quando um ataque do coração levou José com apenas 39 anos. Assim, se foram os irmãos Bernardo (mais velho) e Idel (mais novo) também vítimas fulminantes no auge da meia idade e das conquistas. Mas o coração de Paulo sempre foi sua fortaleza. Nasceu aleijado de um pé consertado pelas maluquices de um médico que martelou sua sola. Desde cedo, contribuía com a briosa mãe no sustento da casa, ajudando-a como costureiro e depois na loja “Rei do Móveis”. Na juventude, acompanhou cavalgadas pelos pampas como aprendiz de boiadeiro. Chamado de Palico, foi líder de um grupo de escoteiros e ajudou o governo norte-americano a desativar uma rádio nazista em solo brasileiro, nos arredores de Rio Grande. Depois trabalhou em uma fábrica de enchimento de lingüiças e salsichas. Paulo partiu para Porto Alegre. Lá conheceu Clara e com ela se casou para formar uma família eternamente unida. Na capital gaúcha nasceram José Adolfo e Milton. Paulo cresceu profissionalmente. O Tio Sam lhe havia retribuído como representante importador. A família se mudou para São Paulo, onde o casal teve Silvia e Renato, e ganhou status. Ele se tornou um empreendedor visionário. De uma fábrica de molas, Paulo e seus irmãos construíram o grupo financeiro Áurea. Trouxe a Lambretta da Itália e a Pasco Lambretta marcou o início de uma febre que hoje toma conta de nossas ruas congestionadas. Ai se vinte anos atrás houvesse um tenista como Guga. As bolas de tênis PZM (jogo que tanto praticava) seriam hoje mais uma razão de um esporte além da tv e com mais ídolos.
Clara e Paulo apaixonados
Paulo incentivou os estudos de ambos irmãos bem antes do seu, sendo o alicerce que sustentava a tudo e a todos. Somente com 41 anos, se formou em Direito pela Universidade de Guarulhos. A vida não se faz apenas de sorrisos e prega adversidades para que se possa aprender a enfrentá-las. Muito se foi, se perdeu, mas Paulo se manteve perseverante, um incansável guerreiro. Ele realizava seus sonhos por revolucionar, causar novas emoções. Se mudou para o Rio de Janeiro e, novamente, recomeçou. Acabou criando outros hábitos e fez uma realidade de viver intensamente nos tempos em que as desilusões só eram contadas em poesia. Ele teve editados dois poemários – em 1973 e 1975. Paulinho, como muitos o chamavam, transbordava sua alegria em um paraíso ilhado em Angra dos Reis. Sua vida era uma das mais belas paisagens da natureza. Os amigos o acompanhavam nos tragos e ‘Fumaça’ (caseiro) o seguia no violão, enquanto ele fazia declarações de amor para ganhar um beijinho de suas namoradas. Ele nunca parava de dançar e nunca parará.
Entre um copo e outro de whisky, me lembro de alguns conselhos. Dizia ele que “o importante é se levantar e ir sempre em frente. Não olhar para atrás mas para o futuro” ou “o importante é ter joelhos fortes para te deixar de pé”. A saúde sempre foi sua primeira necessidade. E ele se foi porque seu coração cresceu tanto que nem mesmo seu corpo poderia agüentar. Dora é a primeira a recebê-lo de braços abertos com um largo sorriso. Chegam depois seu Pai, José, e seus irmãos, Bernardo e Idel. Enfim, depois de uma longa espera, a família se reencontra feliz, para sempre. Paulo Pascowitch viveu e viveu muito, e muito. Merece descansar. Sua alma por hora nos deixa, mas sua presença se torna imortal.
O espírito de Paulo sempre foi jovem (em Angra, seu paraíso)
muito bonito isso… muito vovô!
nossaaaa eu tinha esquecido do fumaça!!!1
Tive o privilégio de trabalhar com a família Pascowith na década de 70 no saudoso Banco Aurea na praça da Republica em São Paulo – SP. Me comoveu ler esse relato, pois, conheci o espírito de luta dessa honrosa família.
Obrigado Márcio por tuas palavras…te desejo sorte e saúde…abs
André, tive o prazer de trabalhar com a família Pascowitch, nas concessionárias de veículos Renome e Rivera, nos anos 80, a convite de um amigo meu, posteriormente fui convidado a participar da centralização das empresas num prédio da rua aurora, após 90 dias da abertura nosso diretor (da família Pascowitch) sofreu um infarto dentro do Clube Gallery, após o ocorrido os 3 filhos que ficaram a frente da organização, foram tendo dificuldades financeiras vindo a encerrar as atividades das empresas. Quanto as bolas de tenis PZM, disseram prá mim que eram iniciais de Paulo, Zeca e Maneco……..vc. pode me confirmar. Numa determinada época um dos filhos resolveu investir em pastelaria e comprou uma quantidade grande uniformes e equipamentos que ficaram sobrando para nós administrarmos………..velhas histórias…………….abraços
Caro André,
A internet é uma ferramenta fantastica, infelizmente li esta triste noticia.
Comecei a minha vida profissional em agosto de 1970, no Banco da Industria e Comercio do Brasil, na Rua Conselheiro Crispiniano 137 que pertencia a familia Pascowitch. Posteriormente o nome foi alterado para Banco Aurea, e mudou-se para a Pça da Republica.
Tenho boas lembranças de todos da família, Sr. Bernando, Sr Idel, Sr Paulo, Sergio e Joyce.
O banco foi uma excelente escola profissional e pessoal.
Transmita o meu abraço ao Sergio Pascowitch e a Joyce.
Tão triste pensar que aproveitei muito pouco esse cara fenomenal… Muitas saudades!
Em 1972 fui escolhido pelo Sr. PAULO PASCOWITCH, com qpenas 22 anos, para desenvolver um plano de vendas na sua construtora, a Geometrica. Uma pena, naquele momento do país, a empresa ter sofrido tantas pressões, e teve que ser liquidada. Saudades do meu Mestre, quem ensinou-me inúmeras formas de lidar com o ser humano, e profissionalmente tudo.
Procuro alguém que esteja cuidando da documentação da Geométrica, pois necessito contato, para ter uma declaração empregatícia, com o objetivo da minha aposentadoria.
Gostaria de ter o endereço adequado para esta finalidade.
Antonio Carlos da Silva Barros – E-mail acarlosconsult@hotmail.com– tel. 11941321709.
Antecipadamente grato pela atenção.
Também trabalhei com os PASCOWITCH na PZM, Av. Brasil SP. (1980). L
embro como se fosse hoje. Tempo muito bom. Tenho fotos da confraterização do final de 1.980. Se der eu publico. Sempre achei que PZM é Paulo, Zeca e Milton. E o Renatinho onde anda?
Trabalhei com os PASCOWITCH na PZM, Av. Brasil, SP em 1.980. Guardo boas lembranças daquele tempo. Tenho fotos da confraternização do Natal de 1980. Se der eu publico. Sempre achei que PZM era: Dr. Paulo, Zé Adolfo (Zeca) e Milton. E o Renatinho? O que foi feito dele? Grande abraço.
Trabalhei no Rio de Janeiro na década de 60 na Jodora Rio-era no lgo do Machado Zona Sul do Rio, tinha vontade de saber da turma que conheci na Jodora- inclusive havia uma mocinha propaganda…que fazia anuncios da Jodora na TV e , nos jornais e revistas – O proprietario da Jodora era um judeu dos mais empreendedores, o Rosenthal